terça-feira, 29 de maio de 2012


Se deixava cair no piso frio, que molhava levemente sua nuca, e começava a contar estrelas. Como se essa fosse sua única ocupação, como se tivesse todo tempo do mundo, como se não tivesse mais nada pra fazer. Tentava não pensar em outra coisa, só em se deixar levar para longe, para o escuro. Fazia viagens interplanetárias sem a necessidade de um avião, visitava por um momento cada estrela em que pousava o olhar, as acariciava, beijava, sentia. Sentia-se infinitamente pequena, mas ao mesmo tempo infinitamente única, particular, irrepetível. De qualquer maneira, não havia ninguém como ela. De forma que, nesse momento, mesmo que milhões de pessoas olhassem céu, ninguém o sentiria tão perto, ninguém seria capaz de tocá-lo e abraçá-lo com o olhar. Nem com telescópios, nem com um avião, nem sequer pousando os pés em um dos milhares de satélites, poderiam estar tão perto de ver o universo em sua totalidade como ela estava. Amando-o, sorrindo para ele, mimando-o, sendo parte dele.

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